quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Centro Histórico de Caxias - Casarões Coloniais

 

° CENTRO HISTÓRICO DE CAXIAS    
° CASARÕES COLONIAIS - PARTE I
 A cidade e seu povo possuem uma rica diversidade cultural destacando-se, além da literatura, o acervo arquitetônico com igrejas, casarios e monumentos dos séculos XVIII e XIX marcantes de sua imperiosa história como: a resistência à Independência e ao movimento da Balaiada, as manifestações espontâneas da cultura popular da região dos cocais.

                              Imagem do Palácio Episcopal dos jardins do Casarão do Comendador
                                                    Alderico Silva

As ruas estreitas e irregulares de Caxias conduzem o visitante pelo Centro Histórico da cidade a Casarões Coloniais, construções antigas que marcam a paisagem do caxiense. O conjunto é formado por edificações civis, pontuadas por alguns expressivos edifícios que contam um pouco da história da cidade, que começou lá pelo século XVIII. Aqui o visitante pode se remeter a séculos passados, como os séculos XVIII e XIX em alguns locais.
          Escolha calçados confortáveis para caminhar, conhecer lojas, igrejas, monumentos históricos e casarios. Reserve um tempinho para explorar cada local, pois vai valer a pena.
          Muitas casas e casarões coloniais foram transformadas e abrigam hoje lojas, lanchonetes, ateliês, etc.

                       Estátuas vindas de portugal que adornam a Casa Verde

° História

° Arquitetura do Brasil Colônia
          No Brasil, a Arquitetura Colonial é definida como a arquitetura realizada durante o período colonial. Os colonizadores importaram as correntes estilísticas da Europa, adaptando-as às condições materiais e socioeconômicas locais. Encontra-se no Brasil edifícios coloniais com traços arquitetônicos renascentistas, maneiristas, barrocos, rococós e neoclássicos.
          A importância do legado arquitetônico e artístico colonial no Brasil é atestada pelos conjuntos que foram declarados como Patrimônio Mundial pela UNESCO. Estes centros históricos estão incluídos São Luís, Salvador, Ouro Preto, Olinda, Goiás Velho, etc.
          No século XVIII, o visitante permanecia isolado da família, a presença da alcova (quarto sem janela), ainda era marcante. Inicialmente, a arquitetura colonial utilizou as técnicas de taipa-de-pilão e pau-a-pique de rápida construção e que utilizava materiais abundantes na colônia.
          Logo se adotaram também alvenaria de pedra ou tijolos de adobe. A cantaria era utilizada em edifícios mais nobres.


                  Palacete do Comendador Alderico Silva
° Arquitetura do Brasil Império
          No século XIX, a família real influencia o comportamento social, pois o ato de receber um visitante, passou a ser incentivado pela corte, o que também levou uma alteração nos hábitos patriarcais. A casa dos “fidalgos imigrantes”, introduz casas grandes, salões de festas, papéis franceses nas paredes, pisos, rodapés, delicados desenhos em alto relevo nas fachadas, ferragens elegantes nos gradis (importados), manufaturados importados, oriundos da Abertura dos Portos, por D. João VI. A classe média e popular, à medida que seus recursos financeiros permitiam, tentam seguir a tendência. Nas fachadas usavam lambreques (enfeites em madeira) e os beirais eram adornados com esquadrias, tramelas e gradis de ferro. Um estilo muito eclético, principalmente nas casas do nordeste, pois eram marcadas pela funcionalidade, higiene e adaptação ao clima do local. Aqui em Caxias, como a temperatura é elevada, as construções das casas seguiram essa tendência.


Peças que adornam a entrada do Palacete

          Em algumas casas mais abastadas, encontravam-se salas com funções específicas para os hábitos sociais, que podiam dividir-se entre o receber, ouvir música ou até fumar em ambiente adequado. Os ambientes internos das residências passaram a refletir as mudanças advindas entre o espaço público e o privado. Surgiram então áreas sociais com diversas funções específicas, como: hall, recepção formal, sala de espera, sala de estar, sala de jantar, sala de jogos, fumoir, sala de música, escritório, gabinete, capela, biblioteca, bandoir, etc.
          No século XIX, era comum encontrar casas brasileiras decoradas com modelos europeus, já que o apogeu das importações aqui se fez presente neste período. Assim, havia salas que apresentavam pinturas com paisagens ideais, mas com características de outro continente como montanhas nevadas, cerejeiras em flor, vulcões em erupções, algumas casas chegaram a ser construídas tal como na Europa, etc. Em Caxias há casas e casarões coloniais, que apresentam estas mesmas características. Nas casas mais antigas, viam-se pintadas figuras e arabescos, as pinturas imitavam papel de parede com tendências europeias. O mobiliário e adorno de muitas casas e viviendas de Caxias, os móveis eram encomendados de Portugal ou da França, com lustres e candeeiros vindos principalmente de Paris. 

                               Casarão Colonial localizado na Praça de São Benedito

          Quando da Proclamação da República, em 1889, já não havia mais escravos e a rotina doméstica altera-se bastante, trazendo como consequência modificações no planejamento arquitetônico.

 ° Em Caxias, onde visitar no Centro Histórico:
° Casa de Libânio Lobo ou “Casa Verde”
          Casa centenária, construída no séc. XVIII, situada ao lado da Igreja da Matriz no Centro Histórico de Caxias.
           Nesse casarão viveu o lendário Coronel da Guarda Nacional Libânio da Costa Lobo, que mais tarde, tornou-se o 1º Prefeito de Caxias, logo depois da Proclamação da República.

                       Imagem da fachada do Casarão do Coronel Libânio Lobo

Chamava-se então de “A Casa Verde”, porque era uma das mais ricas da região, pegava todo o quarteirão e nela ocorriam os eventos importantes da cidade. Se reuniam o “Conselho dos Homens Bons”. Instituição que sob a batuta política daquele coronel, influenciava e decidia os problemas, encaminhando às respectivas soluções. Nessa casa ocorreu o baile mais famoso que Caxias já viu, pois nesse baile foi homenageado o Duque de Abranches. 

                      Estátuas lusitanas em louças no alto da Casa Verde

          O poder social que emanava do proprietário da casa, se sobressaía na decoração da fachada e no mobiliário, que até hoje é conservado pela família do coronel.
           Mais tarde o casarão passou aos netos e bisnetos do coronel, de donde se destacou Libânio da Costa Lobo (neto), caxiense, advogado, escritor, professor de Direito Tributário na Faculdade de Economia e Finanças do Rio de Janeiro, Delegado do Tesouro Nacional do Ministério da Fazenda no Maranhão e no Rio da Janeiro. Autor de vários livros como: Relembranças- No Fio Condutor da Reforma Agrária e Vulto Singular em Meio a Rico Mosaico.
          Libânio da Costa Lobo gostava tanto de sua terra natal, que quando faleceu, foi cremado e suas cinzas ele pediu que fossem jogadas em vários monumentos na cidade.


            Escritor Libânio da Costa Lobo ( o segundo da direita para esquerda )

          Atualmente, encontra-se lojas e farmácia em suas dependências e vendedores ambulantes.

                   Interior da Casa Verde - mobília original da época - espécie de lavabo

° Casarão de D. Ivelta
          Casa centenária, estilo colonial, paredes extremamente grossas, azulejaria portuguesa; também encontra-se situada ao lado da Igreja da Matriz no Centro Histórico. A azulejaria que compõe este casarão já é bastante rara no país. Os proprietários procuram preservar as cores seguindo as mesmas tendências anteriores, mas atualmente encontram-se algumas lojas instaladas e o visitante só pode colher fotos desse casarão à noite, muito cedo pela manhã ou domingo, pois é quando os vendedores ambulantes, deixam o local.  O casarão hoje está mal conservado.

            Azulejaria portuguesa do Casarão de D. Ivelta - padrões diferentes dos azulejos encontrados na capital São Luís.

° Casarão de D. Dasinha
          Estilo colonial, situada na Praça Rui Barbosa, atrás da Igreja do Rosário no centro Histórico de Caxias. Construída no século XIX em 1848. Recebeu azulejo entre 1871 a 1874 vindos de Portugal. Seu primeiro proprietário foi o português, Antônio Ferreira de Araújo. 


                                Fachada do Casarão Colonial de D. Dasinha
               Azulejaria portuguesa, padrão muito comum nos casarões daquela época 

° Palacete do Comendador Alderico Silva
          Construído em estilo neoclássico europeu, datada do início do século XX, com adornos vindos de Portugal e França. Possui peças autênticas em louças em estilo colonial na entrada e no alto da residência; fachada em alto-relevo florido, com adornos em alto-relevo. Mobília vinda de Paris e de outras regiões da Europa. A residência possui uma capela interna, com peças de arte sacra antigas. A casa possuía também um fumoir e sala de jogos; nos jardins ainda se pode encontrar um caramanchão adornado com flores, um coreto, uma bela piscina e o piso pintado à moda do calçadão de Copacabana (Rio de Janeiro). Há uma lenda contada sobre o Comendador bastante conhecida pelos moradores da cidade.
          Localizada na Rua 1º de Agosto, próxima à Igreja Catedral de Nossa Senhora dos Remédios, no Centro Histórico.
        Alderico Silva foi um rico empresário natural da cidade de Pedreiras no Maranhão, mas caxiense de coração. Com 24 anos inaugurou sua primeira loja que batizou de Bazar do Japão - oferecia produtos importados, com destaque o famoso linho irlandês - (1932), casou com D. Dinir. Seus negócios se diversificaram em vários ramos, tornando-se o homem mais rico da cidade. 
             A casa foi construída pelo engenheiro Alexandre Costa, irmão de D. Dinir.


                       Fachada do Palacete do Comendador Alderico Silva - empresário 


                    Lustre de entrada da rampa - entrada para carros 


            Peças em louça vindas de Portugal - são 04 estátuas no alto da casa


           Gradil que adorna a entrada do Hall - Brasões da família presentes
no portão e em outras partes da casa.


               Fachada em alto-relevo floral do Casarão

° Antigo Forum Des. Arthur Almada Lima
          Localizado na Praça Gonçalves Dias no Centro Histórico. Edifício em estilo colonial. Por muitos anos foi a sede do Judiciário. Lá funcionou as escolas João Lisboa e Gonçalves Dias.
              Atualmente o Forum Des. Arthur Almada Lima está localizado na Cidade Judiciária.

                   Fachada do Prédio do Antigo Forum  - Pça. Gonçalves Dias