° CENTRO HISTÓRICO DE
CAXIAS
° CASARÕES COLONIAIS - PARTE I
A cidade e seu povo possuem uma rica
diversidade cultural destacando-se, além da literatura, o acervo arquitetônico
com igrejas, casarios e monumentos dos séculos XVIII e XIX marcantes de sua imperiosa
história como: a resistência à Independência e ao movimento da Balaiada, as
manifestações espontâneas da cultura popular da região dos cocais.
Imagem do Palácio Episcopal dos jardins do Casarão do Comendador
Alderico Silva
As ruas estreitas e irregulares de
Caxias conduzem o visitante pelo Centro Histórico da cidade a Casarões Coloniais, construções antigas que marcam a paisagem do caxiense. O conjunto é
formado por edificações civis, pontuadas por alguns expressivos edifícios que
contam um pouco da história da cidade, que começou lá pelo século XVIII. Aqui o
visitante pode se remeter a séculos passados, como os séculos XVIII e XIX em
alguns locais.
Escolha calçados confortáveis para caminhar, conhecer lojas, igrejas,
monumentos históricos e casarios. Reserve um tempinho para explorar cada local,
pois vai valer a pena.
Muitas casas e casarões coloniais foram transformadas e abrigam hoje
lojas, lanchonetes, ateliês, etc.
Estátuas vindas de portugal que adornam a Casa Verde
° História
°
Arquitetura do Brasil Colônia
No Brasil, a Arquitetura Colonial é definida como a arquitetura
realizada durante o período colonial. Os colonizadores importaram as correntes
estilísticas da Europa, adaptando-as às condições materiais e socioeconômicas
locais. Encontra-se no Brasil edifícios coloniais com traços arquitetônicos
renascentistas, maneiristas, barrocos, rococós e neoclássicos.
A importância do legado arquitetônico e artístico colonial no Brasil é
atestada pelos conjuntos que foram declarados como Patrimônio Mundial pela
UNESCO. Estes centros históricos estão incluídos São Luís, Salvador, Ouro
Preto, Olinda, Goiás Velho, etc.
No século XVIII, o visitante permanecia isolado da família, a presença
da alcova (quarto sem janela), ainda era marcante. Inicialmente, a arquitetura
colonial utilizou as técnicas de taipa-de-pilão e pau-a-pique de rápida
construção e que utilizava materiais abundantes na colônia.
Logo se adotaram também alvenaria de pedra ou tijolos de adobe. A
cantaria era utilizada em edifícios mais nobres.
Palacete do Comendador Alderico Silva
°
Arquitetura do Brasil Império
No século XIX, a família real influencia
o comportamento social, pois o ato de receber um visitante, passou a ser
incentivado pela corte, o que também levou uma alteração nos hábitos
patriarcais. A casa dos “fidalgos imigrantes”, introduz casas grandes, salões
de festas, papéis franceses nas paredes, pisos, rodapés, delicados desenhos em
alto relevo nas fachadas, ferragens elegantes nos gradis (importados), manufaturados
importados, oriundos da Abertura dos Portos, por D. João VI. A classe média e
popular, à medida que seus recursos financeiros permitiam, tentam seguir a
tendência. Nas fachadas usavam lambreques (enfeites em madeira) e os beirais
eram adornados com esquadrias, tramelas e gradis de ferro. Um estilo muito
eclético, principalmente nas casas do nordeste, pois eram marcadas pela
funcionalidade, higiene e adaptação ao clima do local. Aqui em Caxias, como a
temperatura é elevada, as construções das casas seguiram essa tendência.
Peças que adornam a entrada do Palacete
Em algumas casas mais abastadas, encontravam-se salas com funções
específicas para os hábitos sociais, que podiam dividir-se entre o receber,
ouvir música ou até fumar em ambiente adequado. Os ambientes internos das
residências passaram a refletir as mudanças advindas entre o espaço público e o
privado. Surgiram então áreas sociais com diversas funções específicas, como:
hall, recepção formal, sala de espera, sala de estar, sala de jantar, sala de
jogos, fumoir, sala de música, escritório, gabinete, capela, biblioteca,
bandoir, etc.
No século XIX, era comum encontrar casas brasileiras decoradas com
modelos europeus, já que o apogeu das importações aqui se fez presente neste
período. Assim, havia salas que apresentavam pinturas com paisagens ideais, mas
com características de outro continente como montanhas nevadas, cerejeiras em
flor, vulcões em erupções, algumas casas chegaram a ser construídas tal como na
Europa, etc. Em Caxias há casas e casarões coloniais, que apresentam estas
mesmas características. Nas casas mais antigas, viam-se pintadas figuras e
arabescos, as pinturas imitavam papel de parede com tendências europeias. O
mobiliário e adorno de muitas casas e viviendas de Caxias, os móveis eram
encomendados de Portugal ou da França, com lustres e candeeiros vindos
principalmente de Paris.
Casarão Colonial localizado na Praça de São Benedito
Quando da Proclamação da República, em 1889, já não havia mais escravos
e a rotina doméstica altera-se bastante, trazendo como consequência
modificações no planejamento arquitetônico.
° Em Caxias, onde visitar no Centro
Histórico:
°
Casa de Libânio Lobo ou “Casa Verde”
Casa centenária, construída no séc. XVIII, situada ao lado da Igreja da
Matriz no Centro Histórico de Caxias.
Nesse casarão viveu o lendário
Coronel da Guarda Nacional Libânio da Costa Lobo, que mais tarde, tornou-se o
1º Prefeito de Caxias, logo depois da Proclamação da República.
Imagem da fachada do Casarão do Coronel Libânio Lobo
Chamava-se então de “A Casa Verde”,
porque era uma das mais ricas da região, pegava todo o quarteirão e nela ocorriam os eventos importantes
da cidade. Se reuniam o “Conselho dos Homens Bons”. Instituição que sob a
batuta política daquele coronel, influenciava e decidia os problemas,
encaminhando às respectivas soluções. Nessa casa ocorreu o baile mais famoso
que Caxias já viu, pois nesse baile foi homenageado o Duque de Abranches.
Estátuas lusitanas em louças no alto da Casa Verde
O poder social que emanava do proprietário da casa, se sobressaía na
decoração da fachada e no mobiliário, que até hoje é conservado pela família do
coronel.
Mais tarde o casarão passou aos netos e bisnetos do coronel, de donde se destacou Libânio da Costa Lobo (neto), caxiense, advogado, escritor, professor de Direito Tributário na Faculdade de Economia e Finanças do Rio de Janeiro, Delegado do Tesouro Nacional do Ministério da Fazenda no Maranhão e no Rio da Janeiro. Autor de vários livros como: Relembranças- No Fio Condutor da Reforma Agrária e Vulto Singular em Meio a Rico Mosaico.
Libânio da Costa Lobo gostava tanto de sua terra natal, que quando faleceu, foi cremado e suas cinzas ele pediu que fossem jogadas em vários monumentos na cidade.
Escritor Libânio da Costa Lobo ( o segundo da direita para esquerda )
Atualmente, encontra-se lojas e farmácia em suas dependências e
vendedores ambulantes.
Interior da Casa Verde - mobília original da época - espécie de lavabo
°
Casarão de D. Ivelta
Casa centenária, estilo colonial,
paredes extremamente grossas, azulejaria portuguesa; também encontra-se situada
ao lado da Igreja da Matriz no Centro Histórico. A azulejaria que compõe este
casarão já é bastante rara no país. Os proprietários procuram preservar as
cores seguindo as mesmas tendências anteriores, mas atualmente encontram-se
algumas lojas instaladas e o visitante só pode colher fotos desse casarão à
noite, muito cedo pela manhã ou domingo, pois é quando os vendedores
ambulantes, deixam o local. O casarão hoje está mal conservado.
Azulejaria portuguesa do Casarão de D. Ivelta - padrões diferentes dos azulejos encontrados na capital São Luís.
°
Casarão de D. Dasinha
Estilo colonial, situada na Praça Rui
Barbosa, atrás da Igreja do Rosário no centro Histórico de Caxias. Construída
no século XIX em 1848. Recebeu azulejo entre 1871 a 1874 vindos de Portugal.
Seu primeiro proprietário foi o português, Antônio Ferreira de Araújo.
Fachada do Casarão Colonial de D. Dasinha
Azulejaria portuguesa, padrão muito comum nos casarões daquela época
° Palacete
do Comendador Alderico Silva
Construído
em estilo neoclássico europeu, datada do início do século XX, com adornos
vindos de Portugal e França. Possui peças autênticas em louças em estilo
colonial na entrada e no alto da residência; fachada em alto-relevo florido,
com adornos em alto-relevo. Mobília vinda de Paris e de outras regiões da
Europa. A residência possui uma capela interna, com peças de arte sacra
antigas. A casa possuía também um fumoir e sala de jogos; nos jardins ainda se
pode encontrar um caramanchão adornado com flores, um coreto, uma bela piscina e o piso pintado à moda do calçadão de Copacabana (Rio de Janeiro). Há uma lenda contada sobre o Comendador bastante conhecida pelos moradores da cidade.
Localizada na Rua 1º de Agosto, próxima à Igreja Catedral de Nossa
Senhora dos Remédios, no Centro Histórico.
Alderico Silva foi um rico empresário natural da cidade de Pedreiras no Maranhão, mas caxiense de coração. Com 24 anos inaugurou sua primeira loja que batizou de Bazar do Japão - oferecia produtos importados, com destaque o famoso linho irlandês - (1932), casou com D. Dinir. Seus negócios se diversificaram em vários ramos, tornando-se o homem mais rico da cidade.
A casa foi construída pelo engenheiro Alexandre Costa, irmão de D. Dinir.
Fachada do Palacete do Comendador Alderico Silva - empresário
Lustre de entrada da rampa - entrada para carros
Peças em louça vindas de Portugal - são 04 estátuas no alto da casa
Gradil que adorna a entrada do Hall - Brasões da família presentes
no portão e em outras partes da casa.
Fachada em alto-relevo floral do Casarão
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Antigo Forum Des. Arthur Almada Lima
Localizado na Praça Gonçalves Dias no Centro Histórico. Edifício em
estilo colonial. Por muitos anos foi a sede do Judiciário. Lá funcionou as escolas João Lisboa e Gonçalves Dias.
Atualmente o Forum Des. Arthur Almada Lima está localizado na Cidade Judiciária.
Fachada do Prédio do Antigo Forum - Pça. Gonçalves Dias