quinta-feira, 21 de agosto de 2014

° PALÁCIO EPISCOPAL – CAXIAS – MARANHÃO
Palácio Episcopal

Localizado no Centro Histórico de Caxias – Pça Magalhães de Almeida, ao lado da Catedral de Nossa Senhora dos Remédios.

 Palácio Episcopal


O Palácio Episcopal é um edifício que chama atenção por sua beleza, imponência e grandiosidade; recentemente foi aberto à visitação pública em homenagem aos 75 anos da Diocese. Residência oficial dos Bispos.

Detalhe da Fachada e Sacada do Palácio

 Um presente dado pelo Bispo atual Dom Vilson Basso para o povo caxiense e turista; considerado como um grande patrimônio histórico cultural do interior do Maranhão, pois abriga documentos históricos dos séculos XVIII, XIX e XX, que agora ficarão expostos, para deleite de todos em breve. Passa a ser mais um ponto turístico da cidade, que não pode ficar de fora de sua visita.

Palácio Episcopal dos Jardins do Castelo do Comendador
Alderico Silva

A história desse edifício está ligada diretamente ao 1º Bispo de Caxias, Dom Luís Marelim e a Igreja Católica de Caxias.
            Caxias bela cidade colonial, considerada a Princesa do Sertão Maranhense, preserva até hoje alguns encantos naturais e arquitetônicos. Visitar cidades históricas como Caxias, é como entrar na máquina do tempo. As casas coloniais, as pessoas, ambientes e gastronomia fazem o clima épico.

Foto Interior do Palácio - Térreo

O Palácio possui um grande acervo religioso onde conta um pouco da história da Igreja Católica de Caxias. É composto de muitos cômodos, incluindo uma capela, uma biblioteca, dormitórios, auditório, salas de Acervos dos Bispos de Caxias ( 1º Dom Luís Marelim, 2º Dom Tobias de Freitas, 3º Dom Luís D’Andrea), peças de mobiliário, imagens, objetos com mais de 100 anos e possui mais de 50 janelas podendo ser considerado um estilo colonial eclético, duas colunas frontais, dois pavimentos; pois apenas por sua fachada, podemos perceber essas características. Madeiras de lei dão acesso ao piso superior

Imagem de Nossa Senhora dos Remédios
Peça datada do séc. XIX


Área Externa do Palácio

Púlpito - móvel usado para pregação - acervo capela - datado do séc. XIX

Veste  Litúrgica - acervo de Dom Luís D'Andrea

° HISTÓRIA:
            Sua pedra fundamental foi lançada em 1943, as obras tiveram inicio em março de 1944, e depois de alguns anos, estava concluído o edifício sede do Bispado de Caxias.

Imagem de Nossa Senhora da Conceição
datada do séc. XIX

O Palácio Episcopal foi construído com o patrimônio de D. Luís Marelim, que era filho de uma família abastada de Salvador – BA. Depois do falecimento de seu pai, foi feito um inventário, onde ele usou tudo que possuía como herança e doou à Diocese Caxiense.

         Báculo de Dom Luís D'Andrea - Utensílio litúrgico utilizados pelos bispos
                    como sinal de pastoreio ( espécie de cajado ) - data séc. XX

Máquina elétrica de fabricar hóstias
As hóstias eram fabricadas no Palácio Episcopal

Quando se mudou para o palácio, nem piso tinha, mas com sua visão renovadora e empreendedora, fundou na parte de trás do palácio uma olaria – fábrica de tijolos, telhas e mosaicos, trazendo técnicos de Salvador para habilitar a mão-de-obra caxiense.Contratou operários como: pedreiros, flandeiros, ferreiros, etc. 

Ostensório - Utensílio Sacro usado para dar a Benção do Santíssimo Sacramento
datado do séc. XIX

Fabricava e vendia mosaicos hidráulicos para todo o Maranhão. Os moldes de decoração desses mosaicos vinham da Itália. Todo o dinheiro arrecadado ia para o patrimônio da Diocese. Em vários cômodos da casa, podemos perceber a variedade que eram esses mosaicos, pois são belíssimos.

Mosaicos hidráulicos de um dos cômodos do palácio

A história de desapego do 1º Bispo foi seguido por todos seus sucessores, pois quando se entra no palácio, nos deparamos com a simplicidade do local.

Biblioteca do Palácio - Livros de Registros de Batismo
Freguesia de N. Senhora da Conceição e São José
Datados dos séculos XVIII e XIX

° DOM LUÍS MARELIM

            Nasceu em Salvador em 27 de abril de 1904 e faleceu em 21 de dezembro de 1991 no Rio de Janeiro. Lazarista, filho de São Vicente de Paulo, sempre fiel e pobre. Hoje seus restos mortais encontram-se enterrados em uma cripta na Catedral de Nossa Senhora dos Remédios.

 
Vestes Litúrgicas do Acervo de Dom Luís D'Andrea

Sua Santidade o Papa Pio XII o elegeu a Bispo da nova diocese o Pe. Luís Gonzaga da Cunha Marelim, da Congregação da Missão, então Reitor do Seminário Santo Antônio, de São Luís, no dia 19 de julho de 1941. A notícia só chegou a seu conhecimento pelas ondas dos rádios e posteriormente por um telegrama.

Réplica da Imagem de N. Senhora da Conceição
Paróquia Monte Castelo - São Luís

° 07/09/1941 – Foi sagrado no dia 07 de setembro, com a presença do clero da Bahia, os padres Lazaristas que dirigiam o Seminário Santa Teresa de Salvador – Pe. Francisco das Chagas Torres; o Cabido Metropolitano da Bahia, Dom Manuel – arcebispo de Fortaleza – CE, Cônego Marcelino Dantas – Natal – RN e o jornalista caxiense Castelo Branco.

Foto Interior do Palácio - piso superior

° 07/12/1941 – Chegou à Caxias de trem, vindo de São Luís, sendo recebido pelo clero, pelas autoridades e pelo povo. O cortejo se dirigiu para a Igreja de São Benedito, onde o prefeito da época Dr. Alcindo Guimarães fez sua saudação em nome do povo caxiense. Seguiram em procissão para a Igreja da Matriz, até a Catedral de Nossa Senhora dos Remédios onde tomou posse. O novo pontífice estava paramentado de mitra e báculo. Mais tarde, foi para uma casa cedida por D. Sinhá Castelo; permaneceu nessa residência por muitos  anos, quando se mudou para o palácio.

                                  Foto de Dom Luís Marelim - 1º da esquerda para direita
° REALIZAÇÕES:
- Criou três paróquias: Timon, Barão de Grajaú e Parnarama. Teve como objetivo maior a educação e formação de seminaristas. Não criou muitas paróquias, porque não dispunha de clero.

Interior do Palácio - piso superior

Uma das salas de Acervo 
- Criação do Grupo Escolar e o Ginásio no Colégio São Luís Gonzaga, com a criação do científico, passou a denominar-se Colégio Diocesano, em prédio novo, no Morro do Alecrim; sendo diretor por algum  tempo o Pe. Luís Gonzaga Ribeiro Gonçalves, seguindo depois por Mons. Clovis Vidigal, Cônego Aderson Guimarães Júnior, depois Irmã Zenir Álvares, Pe. Damasceno, etc. Por muitos anos o Colégio Diocesano,  foi um centro de ensino só para meninos, passando a ser misto, muito tempo depois. 
Antigo Colégio Diocesano

Hoje em seu lugar encontra-se o Centro de Ensino Médio Cônego Aderson Guimarães Jr. Quando o Colégio Diocesano começou a funcionar, quase não tinha nenhuma habitação no Morro do Alecrim, hoje, está localizado em uma avenida muito movimentada, cercado pelo Centro  de Treinamento João Paulo II, residências,  universidade, prédios, 2º Batalhão da Polícia Militar, etc.

Antigo Colégio Diocesano
- 1944 – Participou do Congresso Eucarístico Sacerdotal – onde a cidade ganhou como monumento o Cristo Redentor em frente à Igreja da Matriz de Nossa Senhora da Conceição e São José.

Peças do Acervo - castiçais, jarras, bacias e partes fixas de Missas em latim datadas início séc.XX
                                                        
            
- 1946 – Chegada dos Padres Lazaristas em Caxias e das irmãs de Caridades para o Hospital Miron Pedreira e para a Assistência Diocesana.
                          Capela do Palácio - local de Oração dos Bispos

- 1947 – Visita de Nossa Senhora das Graças.

                        Peça datada do séc. XIX - em mármore  

- 1953 – Visita de Nossa Senhora de Fátima.
Acervo de Dom Luís D'Andrea - Veste de celebrações litúrgicas  ( costas )

° Fatos ou lendas ligados a Dom Luís e ao Palácio
            Em 1948, houve um movimento em Caxias em torno da fé, os fiéis e o Bispo tiveram várias visões realistas nas peregrinações do mês de maio nas casas e na igreja. O povo começou a observar uma pequena imagem de Nossa Senhora das Graças dentro das garrafas com água benta que o bispo havia benzido; os fiéis denominaram essas aparições como:  Nossa Senhora das Garrafas e ficaram em polvorosa, atribuindo a essas imagens que aparecia alguns milagres.    
Mitra e Solidéu - paramentos litúrgicos, usados por Dom Luís D'Andrea

Dom Luís, o Bispo, chamou a atenção dos fiéis, que quando vissem a imagem, ficassem calmos e não divulgassem as visões, porque podia surgir uma má interpretação de fé. Dom Luís disse aos fiéis da sacada do palácio que a Virgem da Garrafa era Nossa Senhora das Graças.

                                                Paramentos litúrgicos - cálices

 Não se sabe até hoje se essa história é verdadeira, alguns garantem que sim. Segundo as pessoas e a Igreja, a Virgem aparecia nas garrafas era para que ninguém tomasse bebidas alcoólicas e centenas de pessoas deixaram a bebida, mas seu José Midubim, que morava no Cangalheiro, não acreditou e dizia que era mentira do Bispo; um dia, quando ele veio à igreja para uma novena, dois pombos pousaram em seu ombro e quando ele olhou para a mesa do altar viu a Virgem dentro da garrafa e gritou bem alto que estava vendo a imagem; conta-se que ele deixou a bebida

Cruz peitoral - presente do Papa Bento XVI a Dom Luís D'Andrea

As pessoas contam também, que quando D. Luís Marelim saía de sua residência para resolver qualquer coisa no centro histórico da cidade, ia devidamente paramentado, parecia um príncipe; chamava atenção suas vestes ( era a época ).
     Imagem de Nossa Senhora - presente das Filipinas para Dom Vilson Basso

° Diocese de Caxias
            Recentemente a Diocese fez 75 anos de existência e está sempre em estado permanente de missão; a abertura do Palácio à comunidade foi em comemoração a isso. Atualmente a Diocese de Caxias conta com 23  Paróquias. Na festa estavam presentes as paróquias, autoridades, e ainda o  Núncio Apostólico do Brasil, Dom Giovanni D’Aniello, embaixador do Vaticano no Brasil, centenas de jovens voluntários e algumas famílias que os acolheram em suas casas. A Programação foi intensa, incluindo: Lançamento do Selo Comemorativo,  Procissão da Luz, Implantação da Cruz Jubilar ao lado da Igreja, etc.